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Obrigado Goya, hoje não preciso postar uma foto minha! |
Com o tempo cada um foi crescendo e mostrando ao mundo algumas diferenças entre elas. A Burrice era vaidosa: gostava de salto alto, maquiagem e falava mais alto que qualquer um! Gesticulava, abria a boca para tudo. Em toda conversa tinha uma opinião formada, para toda pergunta tinha uma resposta. Deixava sua irmã Ignorância na chinela (leu certo! Chinela! Pergunta para Burrice!). Tadinha da Ignorância, era motivo de risada em todo lugar que ia. Falava pouco e baixo, usava óculos, tinha cabelo para cima, calça jeans no meio da cintura e só observava. Saía de vez em quando com um caboclo lá na fazenda. Ela falava quando tinha certeza de algo, quando tinha.
Diferentemente de sua irmã, fazia perguntas! Poucas, mas fazia. Não afirmava muita coisa, sabia alguma coisa da prática da vida, cozinhava muito bem, aliás! Sua irmã dizia que sabia! Sua irmã dizia mais coisa do que devia. Irmã promíscua, saía com geral, sabe tipo mulher feia? Todo mundo que pega não conta para ninguém? Mas tinha gente que insistia em dar um rolê com a Burrice do lado e não ligava que passava vergonha na rua, no trabalho, com o filho, com o pai, com os amigos. Eita Burrice bonitona. Enchia a boca para usá-la na frente do pessoal e ficava tirando sarro do caboclo que andava a Ignorância. Com o tempo o caboclo percebeu que tinha escolhas na vida, poderia continuar com a Ignorância e viver em paz ou largá-la e sofrer que nem um cão, mas podendo crescer em algumas coisas. O meninão-bonitão-da-bala-xita não, viveu e morreu com a Burrice do lado, comprou um carrinho de rolimã achando que era uma Ferrari, foi mandado embora do trabalho injustamente e o melhor de tudo, morreu sabendo tudo!
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