segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Uma Historinha de Duas Irmãs: a Ignorância e a Burrice

Era uma vez, num reino tão perto de você quanto a propaganda do Dollynho, 2 irmãs gêmeas fraternas (2 zigotos mano!) que nasceram de pais que deram uma ocasionalmente, bêbados e nenhum dos 2 queriam assumi-las: a Burrice e a Ignorância. Elas cresceram felizes e contentes, mas órfãs (bem diferente de suas primas Vitória e Sucesso, que tinham 6 bilhões de pais que se degladiavam para obter a única paternidade, isso! Só 1 pai ou uma mãe era permitido!). Mas para as outras 2, ninguém nunca dava a mínima para elas, mas o engraçado é que todo mundo as alimentavam com tudo que era possível: fast food, refrigerante, doces industrializados, sábios versos copiados de um livro de autoajuda, etc. Já em tenra idade já eram gordas, enormes! E mesmo órfãs, sempre tinham alguém que as carregavam juntas para lá e para cá, sem dizer isso para ninguém! Tinham vergonha, muita vergonha de levá-las para passear, trabalhar, dirigir, almoçar, enfim, tudo o que você pode imaginar!

Obrigado Goya, hoje não preciso
 postar uma foto minha!

Com o tempo cada um foi crescendo e mostrando ao mundo algumas diferenças entre elas. A Burrice era vaidosa: gostava de salto alto, maquiagem e falava mais alto que qualquer um! Gesticulava, abria a boca para tudo. Em toda conversa tinha uma opinião formada, para toda pergunta tinha uma resposta. Deixava sua irmã Ignorância na chinela (leu certo! Chinela! Pergunta para Burrice!). Tadinha da Ignorância, era motivo de risada em todo lugar que ia. Falava pouco e baixo, usava óculos, tinha cabelo para cima, calça jeans no meio da cintura e só observava. Saía de vez em quando com um caboclo lá na fazenda. Ela falava quando tinha certeza de algo, quando tinha.

Diferentemente de sua irmã, fazia perguntas! Poucas, mas fazia. Não afirmava muita coisa, sabia alguma coisa da prática da vida, cozinhava muito bem, aliás! Sua irmã dizia que sabia! Sua irmã dizia mais coisa do que devia. Irmã promíscua, saía com geral, sabe tipo mulher feia? Todo mundo que pega não conta para ninguém? Mas tinha gente que insistia em dar um rolê com a Burrice do lado e não ligava que passava vergonha na rua, no trabalho, com o filho, com o pai, com os amigos. Eita Burrice bonitona. Enchia a boca para usá-la na frente do pessoal e ficava tirando sarro do caboclo que andava a Ignorância. Com o tempo o caboclo percebeu que tinha escolhas na vida, poderia continuar com a Ignorância e viver em paz ou largá-la e sofrer que nem um cão, mas podendo crescer em algumas coisas. O meninão-bonitão-da-bala-xita não, viveu e morreu com a Burrice do lado, comprou um carrinho de rolimã achando que era uma Ferrari, foi mandado embora do trabalho injustamente e o melhor de tudo, morreu sabendo tudo!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Instinto de Manada

Hoje não ando muito a fim de escrever qualquer coisa. Noite monótona na segunda-feira de carnaval, minha esposa vendo desfile de carnaval sozinha na sala (será que estou sendo ausente?) e eu aqui ouvindo uma banda argentina das antigas, Aquelarre (1972). Você leu sobre a banda e nem vai atrás ouvir, certo? Ai se eu te pego... faço nada!
Se fosse há uns 15 anos atrás, eu estaria com 14 anos, bêbado no banco de trás de um fusca de um amigo meu ("fuca" preto, lateral vermelha, faixa branca), pagando de adulto na frente do Grêmio CP esperando minha vez de sair pegando geral no melhor carnaval de salão de Jundiaí! Carnaval esse que é igual a Poupança Bamerindus... nem existe mais! Mas estaria eu lá com sangue no zóio e teria passado o dia ansioso para chegar tal hora (ou teria ido à matinê tentado tirar leite de pedra). Bons tempos que não voltam mais e que nem faço questão de voltar atrás. Passou uhuuuuu, legal e tal... mas a vida pede que você dê um passo para frente. Mas mesmo assim fico imaginando eu com 14 anos me olhando com 29. Manja? Tipo aquelas cenas imbecís do De Volta para o Futuro? "Pqp João! Eu vou virar isso ae? Casado, não bebe mais nada, legal que você agora tem carro e tem barba! Olha que massa... deixa crescer isso ae... e você também continua ouvindo sons massas... qual o nome da banda????" Seria mais ou menos isso...
Eu nunca acreditei, mas acontece. Tudo muda! Gostos mudam, objetivos mudam, é o passo para frente (ou para alguma direção). Fico ainda meio intrigado quando vejo amigos que se esforçam em continuar com as mesmas coisas. Será que é minha implicância gratuita com as coisas? Saciar com o mesmo durante tanto tempo? 15 anos rolando no chão e batendo no peito que sai no fim de semana para encher a lata, todo fim de semana? Juro que não entra na cachola a idéia de ter o mesmo filme rodado tantas vezes. Vai que eu que estou errado. Ele curte e eu que sofro de graça! Nem consigo deixar meu cabelo ou minha barba sempre igual! Do alto da experiência do meu avô, 93 anos de vida e 75 de bigode, ouço "João, você precisa se decidir sobre sua aparência... eu com 18..." aí o resto é bigode! Opa, história ainda sendo escrita!


Quem sou eu para falar de um bigode desse?
 Lembro de um amigo meu me dando esporro, lá pelos meus 17 anos "hoje você só pensa em nadar... uma hora você esquece isso e vai precisar sair para ganhar dinheiro, aí só vai querer ganhar dinheiro!" Nãoooooooooo... água todo dia, saúde, ihaaaa... e esse dia chegou... ganhei uma pança com ele, passei a encher a cara com frequência e passei a vomitar com frequência por bares, ruas e até em casa mesmo! Que beleza! Legal não? Descolado? Depois do terceiro gole do goró não se bebe para apreciar, se bebe para apreciar o chão de mais de perto ou deixa todo mundo legal e atraente! Inclusive você mesmo, isso sim! O ganhar dinheiro faz parte da roda do rato, outra mudança necessária! Ou se faz isso, ou bora viver na barra dos velhos para sempre! Ok, bora cair na vida e ter alguma autonomia. Mas encher a lata não tem mais nada a ver com ganhar dinheiro, isso cansa (encher a lata). Toda vez o resultado é igual: você chega cansado no lugar, começa a conversar com os camaradas, bebe um, dois, três, quatro... só alegria! A cabeça vai tomando vida própria, você vira um Raulzito das idéias! Resolveu as equações que não sabia, você sabe a resposta das perguntas! Toda mulher olha para você, mesmo que você não acredite! Se diverte, dá risada, volta para casa sabe-se lá como. O dia seguinte parece que você dormiu comendo sola de sapato. Dor de cabeça, promete 15 vezes que essa foi a última vez que trincou o caneco... mas passou do almoço já está zeradão! Booooorra encher a lata. Isso é legal, mas não cansa não?

Fico vendo nossos velhos hipertensos, diabéticos, cheios de problemas e ainda enchendo a lata como faziam há mais de 35 anos! Para não dizer 40 anos! Carambola, mal de geração ser tão medrosos com mudanças? Mal sabem de alguém que decidiu por parar de beber e já soltam "tá doente?". Doente é você! Tão flexível como a Pedra da Gávea, tão dinâmico como uma lápide! Ou então "Ahhhhh... pára... toma só um gole... eu não tenho problema nenhum, fiz isso a vida toda... bora lá, um gole só, coisa de macho!". Isso! Coisa de gente de muito valor, tanto que qualquer barnabé caído bêbado na rua consegue fazer o que o senhor faz! De novo, ser transparente é uma arte e tem coisas que enchem o saco demais! São Dexter vem auxiliando os que escolheram por livre espontânea vontade àqueles que escolheram dar um tempo no goró: é só dizer que está tomando remédio e não pode beber. Pronto! Quem bebe, continua bebendo feliz, quem parou por que quis, parou e passa em branco! Daqui há uns anos prometo uma visita a você no hospital ou na sua casa sozinho, já que sua família não aguentou um velho breaco!
A propósito, você que gosta de rock'n roll, largue um pouco de lado o Led Zeppelin (que é muito massa, por sinal) e ouve o Aquelarre, vai saber o que é escolher ficar fora da fila brasileira por um tempo. Manja essa fila? Imagina um shopping onde tem 3 cancelas para você sair com o carro do estacionamento. 2 estão vazias e 5 carros em uma, o que você faz? POR FAVOR NÃO FALE QUE AS OUTRAS ESTÃO QUEBRADAS! Chega de ser um na manada! Ou não né? Mas pelo menos me deixa sozinho na cancela que eu saio e não encho o saco de ninguém!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Lulu, lele e lili kikikiki

"Oi Lulu! Oi Lêle hehhehehehehehehehehhee... kikikiki... querida!" Nada como um bom diminutivo ou apelido para ganhar o ouvinte, não? Aquela pessoa que não tem nada a ver com você, mas que você precisa se relacionar e disser uma palavra meiguinha seguido de um riso e uma faca nas costas é um modo bem eficaz, não? Pois é, filho! Desse lado da moeda é tudo só alegria! Você não suporta se relacionar com alguém mas o faz por livre e espontânea necessidade da vida contemporânea (aliás, chamem o McFly! Já passamos pela idade antiga, idade média, moderna... até quando essa bagunça de idade contemporânea?). Palavras tão verdadeiras como uma novela das oito, mas mansas como uma capivara morta na beira da estrada!

Aquela leseira danada que, agora você ouvinte, é obrigado a ouvir, refletir, pensar e até se defender na mesma moeda! Custava alguém vir, te chamar e falar o que você deveria ouvir e pronto-acabou? Perde-se menos tempo, se ganha efetividade e poupa ambos os lados de um teatro boçal do dia-a-dia! Olha que beleza! Conjuga aí: eu ganho, tu ganhaz, ele gaña! Viva a educação! Você nem precisa ter uma faixa verde e amarela no ombro para ser político, calma... calma... sem ofensas! Se você exercita a maldita arte da conciliação, parabéns: você é político! Eu também sou, costumo usar dinheiro para pagar minhas necessidades, logo me envolvo com uma penca de gente que não necessariamente escolhi como meus irmãos, amigos ou qualquer palavra boa que você tenha no seu dicionário... dá nisso, tenho que me  travestir de normal e agradável a gente que não me é agradável por muitas vezes. É o preço que se paga por viver em sociedade. Graças a internet livre agonizante eu tenho esse espaço aqui para soltar meus cachorros em cima de instituições e idéias falidas, que já existiam antes de mim, existem agora e vão durar além do verme que vai me devorar no caixão! Triste não? Nem me fale! O lance é criar mecanismos para não parecer tão diferente (cuidado! Lembra da galera do clichê da caverna que o seu Platão descreveu a mais de 2000 anos e que todo intelectóide grita por aí quando quer mostrar conteúdo? Pois é, junto me a eles! Atualíssimo)... que fria! Ser diferente e autêntico é pedir (insistir!) por uma corda no pescoço, um banquinho e já exigindo alguém para dar um chute na cadeira!

Lindo? Excêntrico?
Ser transparente é uma arte, mas ser descompromissado é um dom, o primeiro eu tento, o segundo me oprime todo dia por ser comprometido mais do que eu devia... não consigo desligar das coisas! Minhas costeletas que o digam, ser músico-engenheiro-consultor é ser excêntrico! Nadar por esporte às 5:40h é ser louco, ter parado de beber é ?... não beber leite e refrigerante, mais maluco ainda... bom mesmo seria ficar gordo e hipertenso (para o café sem açúcar, tem um post só para ele)! Velho com osteoporose, diabético... pior são aqueles negos que para praticar um esporte vão ao shopping e se enchem de cacarecos e parafernálias, praticam uns meses e param... hahahahahahahahahahaha... tudo se resolve com uma comprinha agora? Tudo se resolve dentro do seu espírito! A conclusão é bisonha: ser um Dexter na vida é necessário! O problema é deixar todas as coisas que você acredita em banho maria para se relacionar com os outros por dinheiro... ter algo a dizer dentro da cachola mata pouco a pouco todo dia... viva esse blog aqui!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Ah Jundiaiense!


O jundiaiense comemora e exalta sua memória assim:
enterrando e destruindo o que pode pela coisa moderna!
Esta foi a histórica Telecelagem São Bento!
 Ah jundiaiense!
Das noites curtas
Baladas breves
Sobre a hora que fecham
E brevemente fervem

Ah jundiaiense!
Do sobrenome pomposo
Viagens surreais
Do vinho vistoso
Mas não paga escola, imposto

Ah jundiaiense!
Que belo é seu carro
Em academias desfilar
Mais vale ser visto
Do que ter algo a falar

Ah jundiaiense!
Nobre fidalgo
No seu trono a bocejar
Como o sapo do poço
Nunca viu o mar

Ah jundiaiense!
varzinos são bandidos
Jardim Estádio, favelados
Você atrás das grades
Com medo do fantasma armado

Ah jundiaiense!
Japi é sua serra
Do trem de ferro que surgia
A grandeza da tua terra
Não foi da noite pro dia

Ah jundiaiense!
vida longa a Jundiaí
Mas aquele que emporcalha
Cada palmo desse chão
Nasce de penca por aqui!